Os benefícios da meditação

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O cérebro humano é uma obra prima da natureza, de onde foi possível emergir a racionalidade da ciência, bem como a sutileza da arte. Pena que esse mesmo cérebro muitas vezes não consegue se controlar, atormentando seu dono com ansiedade inexplicável, tristeza suicida e vício em químicos destrutivos, cujos melhores esforços da psiquiatria e da psicoterapia conseguem aliviar com sucesso limitado.

Na última década, as pesquisas com meditação têm sugerido que essa prática milenar promove uma elevada consciência e controle sobre a atividade mental, permitindo ao indivíduo uma melhor regulação das suas emoções, sendo útil no tratamento de uma variedade de males da mente. A meditação também tem sido associada a mudanças no cérebro que elevam a capacidade de concentração e memorização, facilitando o aprendizado. E os resultados são relativamente rápidos, com alguns estudos demonstrando efeitos positivos já em um mês.

A meditação tem sido relatada por produzir efeitos positivos no bem-estar psicológico que se estendem além do período durante o qual o indivíduo está meditando. Há algum tempo, práticas de meditação têm sido incorporadas a programas psicoterapêuticos para tirar proveito desses benefícios. Um grande número de pesquisas já estabeleceu a eficácia dessas intervenções na redução dos sintomas de uma série de distúrbios, incluindo ansiedade, depressão, abuso de substâncias, distúrbios de alimentação, e dores crônicas, bem como na elevação do bem-estar e qualidade de vida.

Estudos de neuroimagem já começaram a explorar os mecanismos por trás da prática de meditação com técnicas como EEG (eletro encefalograma) e fRMI (imagem por ressonância magnética funcional). Recentemente, vários estudos anatômicos de ressonância magnética demonstraram que meditadores experientes exibem uma quantidade diferente de substância branca em diversas regiões do cérebro quando comparados a indivíduos que não meditam. Isso tem demonstrado que os sistemas neurais são modificáveis e que mudanças na estrutura cerebral podem ocorrer em adultos como resultado de treinamento, um efeito conhecido como neuroplasticidade.

Recentemente, um desses estudos demonstrou que apenas 11 horas de meditação, ou quase um mês de treinamento, já são suficientes para a expansão da bainha de mielina, um tecido protetivo que encobre os nervos, melhorando as conexões cerebrais. Esse efeito foi identificado numa região do cérebro cujo déficit de ativação tem sido associado ao distúrbio de déficit de atenção, à demência, à depressão, à esquizofrenia, entre outros males.

Já os efeitos positivos da meditação na dor e na memória de trabalho pode ser resultado da melhora na habilidade de se regular uma onda cerebral crucial chamada de ritmo alfa. Esse ritmo é conhecido por “baixar o volume” de distrações, que sugere que a meditação pode ajudar o cérebro a lidar com um mundo cheio de estímulos.

A meditação é mais fácil do que você imagina e por isso o Supera Online a recomenda como sendo um hábito saudável para a saúde do cérebro e qualidade de vida. Outros hábitos que recomendamos são: o estímulo mental, a atividade física, a alimentação balanceada, a socialização, o controle do estresse e o sono adequado.

Fonte:

Yi-Yuan Tang e outros, Mechanisms of white matter changes induced by meditationPNAS 2012, 109 (26) 10570-10574.

Catherine Kerr e outros, Effects of mindfulness meditation training on anticipatory alpha modulation in primary somatosensory cortexBrain Research Bulletin, Volume 85, Issues 3–4, 30 May 2011, Pages 96–103.

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