Setembro: Mês Mundial da Doença de Alzheimer

Setembro é o Mês Mundial da Doença de Alzheimer, uma campanha internacional para promover a sensibilização da população e desafiar os estigmas que cercam a doença. O tema para a campanha deste ano é Demência: uma jornada de cuidado. Como parte dessa campanha, o dia 21 de setembro marca o Dia Mundial da Conscientização sobre a Doença de Alzheimer, quando várias atividades são realizadas ao redor do mundo para informar a população sobre a doença. A Doença de Alzheimer é um tipo de demência que acomete mais de 35 milhões pessoas em todo o mundo e vem crescendo na mesma medida em que aumenta a população acima dos 65 anos. Estima-se que, até 2050, a doença atingirá mais de 115 milhões de pessoas e, devido a esses números alarmantes, a OMS (Organização Mundial da Saúde) incluiu-a entre os maiores problemas mundiais de saúde. No Brasil, atualmente são mais de 1,2 milhões de pessoas com Alzheimer. Este ano, as associações de Alzheimer em todo o mundo, em sintonia com a Alzheimer Disease International (ADI), concentrarão suas atividades no cuidado requerido por pessoas com demência durante todo o curso da doença, inclusive conclamando os governos em todo o mundo para que desenvolvam planos nacionais para proteger os direitos das pessoas com demência e seus cuidadores. No Brasil, a ABRAz – Associação Brasileira de Alzheimer e suas afiliadascolaborarão com a iniciativa e promoverão ações em todo o país ao longo do mês. O lema escolhido pela ABRAz neste ano é “Alzheimer: eu não esqueço”. A ideia é que para cuidar, precisamos reconhecer, enfrentar e aceitar a doença e, para tanto, desmistificá-la, lembrando não apenas que ela existe, mas que as pessoas que convivem com ela precisam de ajuda, apoio e orientação. Nós do Cérebro Melhor, estamos engajados na promoção do Mês Mundial da Doença de Alzheimer e convidamos você para relembrar os artigos que já publicamos em referência ao assunto e divulgá-los para toda sociedade, promovendo assim a busca da saúde, bem-estar e qualidade de vida para todos.

Ajustando os ponteiros do cérebro, na Terra e em Marte

Os humanos evoluíram para sobreviver em ciclos de dia e noite de 24 horas. Os nossos ritmos biológicos acompanham este ciclo, assim como os de todos os organismos sensíveis à luz no planeta, desde as bactérias. Este ritmo, conhecido como circadiano, é governado por uma estrutura no cérebro, como se fosse um relógio interno.

Este relógio interno é mais conhecido por determinar o ciclo de sono e vigília. Quando ele perde o sincronismo, como ocorre com alguns distúrbios do sono, diferença de fuso horário, ou mudança de turno de trabalho, o padrão do sono é quebrado, o que afeta o desempenho cognitivo e o funcionamento geral do corpo. Nota-se diferença no quanto comemos, como absorvemos remédios, como doenças se desenvolvem, entre outras coisas. Se isso já ocorre na Terra, onde nosso corpo está totalmente adaptado, como seria se morássemos em Marte, onde o dia é mais longo? Como fazer para ajustar o relógio do cérebro?

Nos seres humanos, a central de controle do sistema circadiano reside num pequeno conjunto de células nervosas localizadas logo atrás dos olhos. Essas células recebem informações sobre luminosidade diretamente da retina através do nervo ótico e depois envia sinais a outras partes do corpo, ajustando-as diariamente ao ciclo de claridade e escuridão.

O sincronismo entre nosso relógio interno e o ambiente externo é crítico porque nosso corpo faz coisas diferentes durante o dia e a noite. Por exemplo, através da evolução, o corpo humano se ajustou a processarcomida durante o dia, enquanto que o de um animal notívago está ajustado para se alimentar à noite. A ciência está aproveitando essas características do corpo para estudar a absorção de medicamentos a cada hora do dia e desenvolver tratamentos que capitalizam em cima desse ritmo diário.

Agora, o que aconteceria se um ser humano vivesse em Marte, onde o dia tem 24 horas e 39 minutos? Essa é uma linha de pesquisa na NASA e, por incrível que pareça, esses 39 minutos a mais podem influenciar muito o corpo humano.

Estudos anteriores descobriram que se colocarmos pessoas saudáveis num ambiente experimental que simula o dia marciano, com a intensidade de luz igual à da estação espacial internacional, o sistema circadiano perde o sincronismo. O resultado é sono quebrado, comprometimento cognitivo e problemas metabólicos, justamente o que não poderia acontecer com um astronauta há mais de 85 milhões de quilômetros de casa.

Como o relógio interno do cérebro é sensível à luz, um grupo de cientistas descobriu que é possível reprogramar o cérebro para um dia mais longo expondo as pessoas a pulsos de luz em horários determinados. Eles utilizaram dois pulsos de 45 minutos de duração de uma luz muito clara, com uma hora entre cada pulso no final do dia. A intensidade da luz era semelhante à do nascer ou por do sol. Ao final de 30 dias, essas pessoas tinham conseguido se adaptar ao dia marciano, demonstrando comportamento e funcionamento fisiológico normais.

Os pesquisadores esperam um dia conseguir oferecer um tratamento baseado em pulsos de luz que seriam disponibilizados em voos internacionais para ajudar os passageiros a se adaptar ao fuso horário, ou a trabalhadores que mudam de turno.

Como já foi dito em artigos anteriores do Cérebro Melhor, o sono é fundamental para o bom funcionamento do cérebro, auxiliando principalmente na aprendizagem. Mas, além do sono, outros fatores fundamentais para a saúde do cérebro são a alimentação balanceada, a socialização, os exercícios físicos, o controle do estresse e, é claro, os estímulos cognitivos, como os oferecidos pelos exercícios do Cérebro Melhor.

Cresça na carreira protegendo seu cérebro

proteger_cerebroAté não muito tempo atrás, era comum pensar que o cérebro humano estava fadado a se deteriorar com o passar do tempo, e não havia muito que se fazer a respeito. Com o descobrimento da neuroplasticidade, vimos que o nosso cérebro muda e se adapta aos estímulos recebidos, assim como nossos músculos. A todo o momento, novos neurônios nascem no cérebro e onde eles ficarão ou quanto tempo sobreviverão depende apenas de como você vai usá-los.

Já existem vários estudos revelando maneiras de se proteger o cérebro contra o surgimento do Alzheimer e outras formas de comprometimento cognitivo ao longo da vida. Por coincidência, muitas delas também podem lhe ajudar a turbinar sua carreira profissional. Então, vamos ver a seguir uma seleção das principais dicas:

  • Nunca pare de aprender. As últimas pesquisas demonstram de maneira conclusiva que, quanto mais alto for o nível de educação de uma pessoa, menor a chance de sofrer declínio cognitivo, condição precursora do Alzheimer. Se você criar o hábito de aprender novas habilidades ao longo da sua carreira, não só ficará mais competitivo no mercado de trabalho, quanto fará um tremendo favor para seu cérebro.
  • Faça uma imersão em outa cultura. Especialmente, aprenda outro idioma. Com os negócios se tornando cada vez mais internacionais, além dos diversos eventos que o Brasil sediará nos próximos anos, é importante saber falar inglês e espanhol. Porém, se quiser maiores resultados para seu cérebro, escolha idiomas como o russo, mandarim ou árabe, cujos alfabetos os tornam muito mais desafiadores. Se possível, encare trabalhos no exterior. Além de diferenciar seu currículo dos demais, a exploração e adaptação em novos lugares o forçam a ficar mais atento ao ambiente, o que é um ótimo exercício cerebral.
  • Busque tarefas desafiadoras. O objetivo é se expor a coisas novas e a níveis de dificuldade elevados, para que a tarefa nunca se torne fácil ou rotineira, ou seja, tem que sair da zona de conforto. A variedade é tão importante quanto o desafio. Estudos indicam que a especialização excessiva não é a melhor estratégia para a manutenção da saúde do cérebro no longo prazo.
  • Gerencie o estresse. O estresse excessivo, independente de ser induzido por fatores externos ou pelos próprios pensamentos, mata os neurônios e evita a formação de novos. Exercícios físicos, meditação e até uma boa risada ajudam a proteger o cérebro da devastação causada pela pressão excessiva. Tirar umas férias de verdade de vez em quando também é uma arma comprovada contra o estresse.
  • Tenha muitos amigos. Uma rede vasta e diversificada de amigos é uma vantagem enorme quando se quer mudar de emprego ou contratar a pessoa certa, mas acontece que também faz bem para o cérebro. Pesquisas indicam que interagir regularmente com uma diversidade de pessoas em conversas estimulantes contribui para o aumento do desempenho cerebral e das reservas cognitivas.
  • Pratique exercícios para o cérebro. Diversos estudos sugerem que o treinamento cognitivo pode não apenas melhorar seu desempenho profissional, como também a atitude perante o trabalho e a avaliação positiva dos seus superiores. Escolha um programa desenvolvido para treinar suas habilidades cerebrais que ofereça variedade e desafio crescente, como o Supera Online, e você também terá uma ótima ferramenta para proteger seu cérebro contra o declínio cognitivo e Alzheimer.